Num áudio divulgado nas redes sociais, Tchizé dos Santos questionou a autenticidade do gesto afirmando: “Mas quem perseguiu José Eduardo dos Santos tem legitimidade para fazer reconciliação em Angola? Quem perseguiu os seus próprios correligionários, os seus companheiros de partido, a quem chamou marimbondos tem legitimidade para liderar alguma reconciliação? E reconciliação com quem?”.
A antiga deputada acrescentou que nem Isabel dos Santos, nem o filho primogénito (José Filomeno dos Santos), nem ela própria foram contactados para a cerimónia: “A maior empresária do país, que mais empregos deu no país, não foi contactada. O filho primogénito não foi contactado. A filha política de José Eduardo dos Santos, eu, não fui contactada. Reconciliação com quem? Teatro. Pessoas que ninguém conhece de lado nenhum é que vão lá receber a medalha?”, criticou.
Apesar de ter sido escolhido como sucessor por José Eduardo dos Santos, o relacionamento entre João Lourenço e parte da família dos Santos deteriorou-se após a abertura de processos judiciais contra filhos do ex-chefe de Estado, primeiro José Filomeno “Zenu” dos Santos, já julgado, e depois Isabel dos Santos, devido à sua gestão na petrolífera estatal Sonangol, cujo julgamento ainda não começou.
Os filhos mais mediáticos do antigo chefe de Estado vivem fora de Angola há vários anos, mas têm criticado publicamente a governação de João Lourenço e a sua luta contra a corrupção, que dizem ser seletiva.
RCR (NME) // JMC