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PEQUIM ABRE MERCADO A CAFÉ BRASILEIRO EM RESPOSTA A TAXAS NORTE-AMERICANAS
Por Miguel Filho
Publicado em 05/08/2025 13:42
ACTUALIDADE

 

 

Pequim, 05 ago 2025 (Lusa) – A China autorizou 183 empresas brasileiras a exportar café para o seu mercado interno, avançou hoje a imprensa local, dias após os Estados Unidos imporem tarifas de 50% sobre o café proveniente do Brasil.

A medida, válida por cinco anos, foi divulgada poucos dias depois do anúncio da nova tarifa norte-americana, que entra em vigor na quarta-feira, e provocou alarme entre produtores e exportadores brasileiros, agora forçados a procurar mercados alternativos.

Em novembro passado, a ApexBrasil, a agência brasileira de promoção de exportações, assinou um acordo com a Luckin Coffee, maior cadeia de cafetarias da China, para o fornecimento de 240 mil toneladas de café brasileiro entre 2025 e 2029. O contrato está avaliado em 2,5 mil milhões de dólares (mais de 2,1 mil milhões de euros) e sucede a um acordo anterior, de meados de 2024, no valor de 500 milhões de dólares (432 milhões de euros), para o fornecimento de 120 mil toneladas.

Fundada em 2017, a Luckin Coffee opera atualmente mais de 22 mil lojas em todo o território chinês e serve mais de 300 milhões de clientes. Embora o chá continue a ser a bebida tradicional dominante, o consumo de café tem vindo a crescer rapidamente no país asiático, sobretudo entre os jovens profissionais urbanos. O consumo ‘per capita’ duplicou em cinco anos, passando de oito para 16 chávenas por ano – ainda muito abaixo da média global de 240 chávenas e das mais de 400 registadas nos EUA.

Na altura do acordo, o diretor executivo da Luckin Coffee, Jinyi Guo, elogiou o café brasileiro e descreveu o contrato como “apenas o início” de uma colaboração a longo prazo. “No futuro, queremos expandir ainda mais esta parceria”, disse.

Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, com o comércio bilateral a passar de nove mil milhões de dólares (7,8 mil milhões de euros), em 2004, para 188 mil milhões (162 mil milhões de euros), em 2024. O Brasil desempenha, em particular, um papel importante na segurança alimentar da China, compondo mais de 20% das importações agrícolas e pecuárias do país asiático.

A segunda maior economia mundial alimenta quase 19% da humanidade com apenas 8,5% das terras aráveis do planeta. Em comparação, o país latino-americano tem quase 7% das terras aráveis para 2,7% da população mundial.

 JPI // APL

Lusa/Fim

 

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